ARTIGO

O Autismo para além das diferenças

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que se expressa de forma única em cada indivíduo. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o autismo não possui características físicas visíveis. Em geral, ele se manifesta por meio de dificuldades na comunicação, na interação social e na flexibilidade de comportamentos e interesses.

É fundamental lembrar: o autismo não é uma doença. Também não é algo que “tem cara”, muitas vezes, não é possível reconhecer uma pessoa autista apenas por sua aparência ou por seus gestos. Existem diferentes níveis dentro do espectro, que vão desde manifestações mais sutis até formas mais severas. Mas em qualquer caso, o respeito, a compreensão e o conhecimento são essenciais para uma convivência mais empática.

A seguir, compartilho algumas orientações que podem ajudar adolescentes e adultos autistas, assim como seus familiares e pessoas próximas a lidarem melhor com os desafios do cotidiano:

1. Permita-se ter limites e comunique seus desconfortos

Mudanças inesperadas de planos, atrasos ou ambientes imprevisíveis podem gerar grande desconforto. Isso não é frescura, é parte da forma como seu sistema sensorial e emocional processa o mundo. Sempre que possível, verbalize (ou sinalize) o que você sente. Criar estratégias de regulação emocional e contar com pessoas que respeitam seu tempo pode fazer toda a diferença.

2. Prefira a clareza na comunicação

A comunicação direta, sem ironias, costuma ser mais eficaz. Muitas pessoas autistas não compreendem com facilidade expressões metafóricas, tons de voz carregados de duplo sentido ou linguagem corporal implícita. Se você é autista, saiba que preferir conversas mais objetivas é uma forma legítima de se preservar e entender o mundo. E se você convive com um autista, adaptar sua linguagem é um gesto de respeito.

3. Regras sociais precisam ser explicadas com lógica

Regras e normas sociais nem sempre são intuitivas. Para muitos adolescentes e adultos autistas, é importante entender o porquê de uma regra existir e em que contexto ela se aplica. Isso ajuda na construção de um senso interno de pertencimento e segurança.

4. A socialização pode ser diferente e está tudo bem

Não existe um único jeito de se relacionar. Alguns autistas gostam de contato social, outros preferem interações mais seletivas, ou com apenas uma pessoa. O mais importante é respeitar seus próprios limites e identificar formas autênticas de se conectar com os outros. Desenvolver habilidades sociais leva tempo, e tudo bem que seu ritmo seja diferente, não há nenhum problema nisso.

5. A linguagem visual é uma ferramenta poderosa

Muitas pessoas autistas aprendem melhor por meio de recursos visuais: imagens, esquemas, mapas mentais, vídeos, símbolos. Utilizar esse tipo de estímulo pode ajudar na organização das ideias, na expressão de sentimentos e na criação de estratégias para lidar com desafios. Isso acontece muito com as crianças, na qual na escola, por exemplo, os professores e auxiliares podem roteirizar a rotina do aluno em imagens, cartas, num painel, para saber a hora da atividade, do lanche ou de brincar. Isso pode ser positivo também para pessoas mais velhas.Incorporar isso no dia a dia é uma forma prática e respeitosa de inclusão.

6. Informar-se e adaptar-se é um gesto de autocuidado

Se você é autista, buscar conhecimento sobre o espectro pode fortalecer sua autoestima e pertencimento. Compreender que você não está “errado”, mas que funciona de outro jeito, é libertador. Se você convive com alguém no espectro, estudar o tema é uma maneira de criar laços mais acessíveis e  com menos julgamentos.

7. Relações com animais podem ser terapêuticas

O vínculo com um animal de estimação pode ser muito benéfico. Cães, gatos ou outros animais promovem conforto emocional, presença e afeto não-verbal. Para adolescentes e adultos autistas, essa convivência pode funcionar como um apoio importante na condição emocional e no desenvolvimento de empatia. Claro, se o indivíduo autista adaptar-se com um animal de estimação e sentir-se confortável para isso, caso não, pode colecionar algo ou ter hobbies que o fazem bem.

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